Jogadores em ritmo de férias e cantores apenas esforçados em campo deram uma linda demonstração do que é futebol e do que é arte, ontem à noite, no Estádio Antônio Accioly. O rachão, como o próprio nome insinua, separou essas duas palavras a quilômetros de distância. Futebol-arte? Nem sonhando.
O tradicional jogo Amigos de Marrone x Amigos de Leonardo foi um show… de bom humor, de desorganização tática, de falta de preparo físico e de muita curtição entre os participantes. A partida terminou empatada por 4 a 4, mas quem venceu foi a solidariedade. Com mais de 3 mil espectadores, o evento arrecadou 7 toneladas de alimentos que serão distribuídos para instituições filantrópica da capital e de Aparecida de Goiânia.
Além disso, a qualidade técnica do jogo pouco importou para o público, a maioria formada pelas fãs dos cantores sertanejos. Gritos estridentes, chamados intermitentes e acenos desenfreados eram a forma de chamar a atenção dos astros da música do interior do País. O estranho no ninho é ra Alexandre Pires, oriundo do pagode. Ele chegou de helicóptero com Leonardo, no centro do Antônio Accioly.
Como a beleza abre portas, as fãs abençoadas com tal característica estavam consciente de que tinham a chave para chegar mais perto dos seus ídolos. Assim, elas conseguiram entrar na área da concentração dos jogadores e artistas. Só tiveram o trabalho de pegar autógrafos e tirar fotos, enquanto as outras se debatiam do lado de fora.
Ter ligação com alguém importante na hora e lugar certos também resolve. Com o famoso jeitinho brasileiro, Laylla Bueno, de 14 anos, e Lorrayne Bueno, de 19 anos, tiveram acesso à área demarcada para os jogadores pois têm um parente que trabalha no Atlético, anfitrião da festa. Elas garantiram muitas fotos com o ídolo Mateus, da dupla com Jorge. “Vale tudo, vale pegar chuva. Se ele for ruim de bola, não tem nenhum problema”, ressaltou Laylla.
A histeria era tanta que outra garota pediu para o cantor Gustavo Lima (que foi apresentado para o Brasil no último Domingão Faustão) jogar água em sua direção. A tiete foi prontamente atendida e levou um banho.
Em virtude da euforia das fãs, o jogo começou com atraso de meia hora. A pelada foi iniciada assim que a organização tirou do campo quem era coadjuvante da festa. Um lance sintetizou a emoção do jogo. Eduardo, do Nechiville, tabelou com Fernandão e acertou a finalização nas costas do companheiro. No início, Marrone não conseguia dominar a bola. Depois, dominava, mas não conseguia correr atrás. Mais tarde, admitiu que não nasceu para jogar futebol e agradeceu a Deus o dom de cantar.
O saldo do jogo é bom. Muitos lances poderão ser encaminhados para o quadro Bola Murcha, do Fantástico. Os cantores Leonardo e Eduardo, demonstraram certa intimidade com a redonda. Alguns jogadores desafinaram no futebol.
Ao final do primeiro tempo, o cartola Leonardo afirmou que estava cansado, mas tinha de jogar os 90 minutos, por força do contrato. “Paguei para jogar mais 45 minutos. Senão pego meu cheque de volta”, brincou. No final do jogo, com o empate, disse que Marrone nunca conseguiu vencer o seu time. Antes do jogo, Marrone já reclamava que Leonardo sempre fica com os melhores jogadores e, por isso, vencia sempre.
Washington prioriza a Libertadores
Campeão brasileiro pelo Fluminense e com a disputa garantida da Copa Libertadores de 2011, o atacante Washington aproveita dezembro para participar de partidas beneficentes. Dois dias depois de jogar em Uberlândia (MG), ele atuou grande parte dos 90 minutos no Antônio Accioly, ontem.
Em julho, o atacante se transferiu do São Paulo para o Fluminense, onde já tinha atuado em 2008, inclusive perdendo o título da Libertadores na decisão contra a LDU (EQU). A mudança acabou sendo providencial, já que no início deste mês culminou com o título inédito para Washington, que foi artilheiro do Brasileirão duas vezes – em 2004, sozinho, pelo Atlético/PR (34 gols), e em 2007, ao lado de Josiel, do Paraná (20 gols).
Depois de assinar com o Flu por seis meses, em julho, com contrato renovável por mais um ano, Washington prioriza a Libertadores. “Estamos em um grupo dificílimo (Grupo 3). Para mim, é o mais difícil.
O Fluminense tem um time muito bom e está se preparando muito forte para ir bem na Libertadores, que é o campeonato que a gente vai lutar muito para ganhar.”
O jogo
Washington jogou no time de Marrone e marcou o terceiro gol da equipe. Os dois tiveram como companheiros Ney Nogueira, Boiadeiro, Renaldo (ex-Atlético/MG), Rômulo, Danilo (Corinthians) e Wilson Goiano. Do lado de Leonardo estavam o goleiro Lauro, os jogadores Fernandão, Adilson (Vila Nova), Lauro (goleiro), Sandro Goiano e os cantores Alexandre Pires, Eduardo (Nechiville) e Paulino.
Danilo abriu o placar para o time de Marrone. Eduardo empatou para os Amigos de Leonardo. Fernandão virou para o cantor goiano. No segundo tempo, Marrone empatou de pênalti. Sandro Goiano fez o terceiro, de falta. Washington empatou novamente e Konrado virou para Marrone. Leonardo empatou, pênalti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário