Por Adolfo NomeliniO
Festival Sertanejo deste sábado, 17 de agosto, vai ser palco de um encontro emocionante. Pedro Leonardo terá a oportunidade de receber seu pai, o cantor
Leonardo, na atração.
Se na gravação o clima era de alegria e emoção, nos bastidores não foi diferente. Pouco antes de entrar no estúdio, Leonardo recebeu o
site do Festival Sertanejoem seu camarim para um bate-papo sobre sua participação no programa e também a emoção de ver Pedro como um dos apresentadores da atração. Enquanto Leonardo respondia às perguntas, Pedro estudava o roteiro da gravação.
Existe alguma técnica para que uma música tenha mais chances de fazer sucesso?Sabe que eu não sei? Se não, eu ia gravar só música de sucesso (risos). Mas tem que ter um bordão fácil, você pode ver que todas as músicas que são sucesso têm refrão fácil, que você escuta tocar no rádio uma ou duas vezes e já sai cantarolando. Eu gosto de gravar música que quando começa, você já vai no rádio e aumenta o som. Não aquela música que fica enrolada e nunca vai para o refrão. É um saco este tipo de música. Eu gosto quando já entra falando do assunto que vai abordar no refrão. Esse é o tipo de música que acredito que marca mais e que marcou a minha carreira.
O começo da carreira sempre é difícil. Você chegou a pensar em desistir alguma vez?De jeito nenhum. Eu não, mas a minha família sim, querendo que eu largasse de cantar na noite para ir trabalhar, plantar tomate. Mas pensar em desistir nunca. Está certo que o mais forte dentro da música era meu irmão
Leandro e ele me arrastava. Difícil sempre foi, mas parar jamais. Viemos para São Paulo com a cara e a coragem e deu no que deu. Depois de quatro anos de noite, a gente estourou "Tapas e Beijos" já.
Hoje participando do Festival Sertanejo com vários novos cantores e autores, você se lembra do começo de sua carreira?Lembro demais. É muito importante esse formato de programa, no qual você busca cantores e compositores desconhecidos. Está trazendo uma nova geração para a música sertaneja. Antigamente também tinha esse tipo de programa. Cheguei a participar de vários festivais. Perdi alguns, ganhei outros. É muito importante este tipo de programa. Tenho que parabenizar a
Leonor [Corrêa, diretora do Festival Sertanejo] e toda a equipe do programa porque, realmente, é preciso ter um programa assim na televisão brasileira.
Como é ver seu filho, Pedro Leonardo, apresentando o programa?Depois de tudo que aconteceu, a gente que viu esse rapaz já do outro lado (risos)... Foi uma emoção muito grande quando veio o convite da Leonor para o Pedro apresentar o programa. Ela me mostrou o projeto, eu gostei demais. Até perguntei para ela se ele seria capaz, ela pediu para falar com ele por telefone e disse que pelo que ouviu ele estava melhor do que ela imaginava. Sem dizer que foi uma terapia mental muito grande para ele de estar na frente das câmeras, lendo TP (teleprompter), e juntamente com a
Helen Ganzarolli, que é uma linda e a gente vê no vídeo o carinho que ela tem com ele. Eu devo muito pra esse povo do Festival Sertanejo aqui do SBT. E de tudo que eu vi, eu jamais ia imaginar que um dia eu estaria aqui cantando no programa e que o Pedro participasse como apresentador ao lado dos amigos dele, como o
Hugo e Tiago e a Helen. Estou muito feliz e é até um pouco emocionante porque hoje a gente vê com outros olhos o que passou, mas na época o trem não foi bonito assim. A gente só tem que agradecer a Deus a todo momento por estar aqui vendo que é real, é fato. Está aí o Pedro "vivaço da Silva".
Pedro e Leonardo (Foto: Roberto Nemanis/SBT)
Se você fosse apresentar o programa e tivesse que entrevistar o Pedro, o que você perguntaria para ele?(Risos) Pedro, como é que do outro lado? Como foi sua passagem por lá? Foi boa, foi ruim? Porque ele foi lá, né? (risos). Eu ia perguntar o que ele está sentindo depois que ele voltou e está apresentando este programa porque pra gente que vê de casa é muito emocionante. Eu acho também que ele está gostando demais, né Pedro? [aponta para o filho que está no camarim] Não vai chorar o dia que acabar o programa, né? O Pedro é uma graça, é um bom menino. Não puxou o pai, não, porque o pai não vale um "sonrisal" velho. O Pedro é maravilhoso. Agradeço a todos vocês. Estou feliz demais, tá doido. É o recomeço da carreira dele. Não poderia ser de melhor forma. Se ele não tivesse tido essa oportunidade aqui, as coisas se tornariam muito mais difíceis porque a gente estava sem chão, sem saber pra onde a gente ia. De repente, pintou essa ideia maluca da Leonor e eu falei "vai que dá certo". E está aí o rapaz, firme e forte.
Pedro e Leonardo (Foto: Roberto Nemanis/SBT)
Que dica você dá aos participantes?Tem que ensaiar bastante porque com ensaio e dedicação você supera tudo. A escolha da música é um fator muito importante. Não é todo dia que você está 100% para cantar. Se você escolher a música errada, você não vai chegar mesmo. Eu olho esses fatores quando fico vendo esse pessoal disputando. Tem dia que a pessoa erra a música e erra bonito. E a pessoa vem e, às vezes, canta até menos, mas acerta a música, pega a música certinha, no tempo certo, ensaiou certinho, está mais redonda a música, e acaba ganhando o festival. Eu e o Leandro participamos de um festival desses. Chegamos na semifinal e escolhemos uma música que não deveríamos ter escolhido. O tom era muito alto e eu tinha cantado à noite em uma boate, estava sem voz. Chegou na hora, os próprios jurados falaram que eu não estava chegando nas notas, mas que cantava bonito, acabou ganhando o outro candidato. A nossa sorte é que dessa dupla que ganhou um menino ficou doente e eles nos chamaram para competir. Eu tinha cantado novamente na noite, mas o Leandro falou pra gente pegar uma música que só tivesse tom médio e não tivesse nem grave nem agudo. Cantei para sete jurados e foi sete a zero. Então tem que saber escolher a música, não inventar.
PING PONGO
site do Festival Sertanejo separou cinco trechos de sucessos da carreira de
Leonardo para fazer uma brincadeira com o cantor. Veja o que ele respondeu:
"Vamos pegar o primeiro avião com destino a": Fernando de Noronha
"Vou chorar, desculpe, mas eu vou chorar": Sei lá, essa coisa de chorar. Já chorei demais, agora só felicidade.
"Sem Vergonha, Sem Juízo": É um pouco a minha cara. Acho que eu vou ficar com 70, 80 anos e do mesmo jeitinho. A tendência de quando a pessoa é sem vergonha quando é jovem é que vai ficando velha e vai ficando mais sem vergonha ainda porque você tem que provar as coisas, aí você passa para a sem vergonhice.
"Deixaria tudo": Eu deixaria tudo como eu deixei essa tristeza toda para trás que aconteceu com Pedro. E passou. Graças a Deus foi um furacão que passou na minha vida, mas hoje está chegando a bonança.
"Não vou deixar de ser um sonhador pois": Confio em Deus, no ser humano, no que eu faço, nos meus amigos e familiares. Vou ser um eterno sonhador com certeza.
FESTIVAL SERTANEJO
Neste sábado, às 22h15