domingo, 22 de dezembro de 2013

‘Até hoje, quando entro no palco, procuro o Leandro’

Leonardo completou 50 anos em julho e, para comemorar a data, lanço a biografia ‘Não Aprenudi Dizer Adeus’. O livro conta o começo de carreira da dupla, fala dos traumas da perda do irmão devido ao câncer, em 1998, e do acidente que quase levou seu filho Pedro, em 2012. Na entrevista a seguir, o cantor fala um pouco da saudade que sente do irmão e diz que ainda hoje procura por Leandro quando entra no palco. A história da dupla vai virar filme no ano que vem. Bruno Gagliasso foi escolhido para viver Leonardo e, segundo o sertanejo, o ator já aceitou o papel.
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Como surgiu a ideia de fazer uma biografia?
Houve vários convites e os fãs pediam… Até que eu aceitei! No começo, fiquei com muita vergonha quando sentei e comecei a contar tudo para o Silvio (Essinger, que colheu o depoimento para o livro).
Por que escolher Ana Maria Braga para escrever a orelha do livro?
A Ana me conhece como ninguém e sou louco por ela! Somos amigos há muitos anos! Sabe, ela é daquelas pessoas que a gente guarda no coração mesmo.
Na sua opinião, o livro conta mais a história de Leonardo ou de Emival?
Dos dois. Um não existiria sem o outro.
Você fala dos seus seis filhos no livro, mas não conta sobre as mães deles. Por que deixar a parte do conquistador de fora da biografia?
Não era esse o foco do livro. Quem sabe um dia não lanço um livro falando disso (risos)?
Você abre e fecha o livro falando do seu filho Pedro. Foi uma opção sua? Por quê?
Foi sim! A perda do meu Tio Zé, a perda do meu querido irmão Leandro, o acidente do Pedro… Nossa, foi duro! Queria contar eu mesmo para as pessoas sobre nossa dor, e também era uma oportunidade de agradecer o carinho do povo brasileiro, as orações… Foi impressionante e essas pessoas me deram força e conforto. A cada gesto do povo eu ficava mais confiante!
Qual foi o momento mais triste na hora de escrever o livro? 
Foi muito duro reviver todos os momentos, os 63 dias da doença do meu irmão. Por várias vezes minha voz ficou embargada e eu não conseguia falar. Foram muitas lembranças de dor e muitas saudades, também.
Fala um pouco da sua irmã Mariana. No livro, ela parece ser o seu esteio. Foi ela que acompanhou o Leandro aos Estados Unidos, foi ela que acompanhou o Pedro depois do acidente…
É verdade. Somos muito ligados a ela. Em momentos de crise, a Mariana consegue manter a calma e tentar resolver as coisas. A verdade é que sou feliz demais por ter a família que tenho.
Como está o Pedro agora, depois do acidente?
O Pedro, sem dúvida, é fruto de um milagre. Ele está muito bem, feliz, trabalhando e cuidando da família. A cada dia ele agradece a Deus pela oportunidade de estar entre nós.
Você deu uma parada na carreira depois da morte de Leandro e resolveu voltar a cantar com o apoio dos fãs. Você encerra o livro dizendo que espera poder continuar a vida na fazenda com seus filhos. “Acordar cedo, tomar café juntos, andar de jet ski, de caiaque. Depois, nadar na piscina ou no lago, mexer com os bois no pasto. À tarde, jogar bola, correr pela mata…” Você pensa em se aposentar? Deixar a carreira um dia?
Penso, sim, em parar. Mas enquanto o povo me quiser, eu estou no palco (risos)!
Você diz que seu filho Zé Felipe está com pinta de virar cantor famoso. Você tem um escritório que agencia cantores. O que falta para lançar o Zé Felipe? Seria ele seu sucessor?
Ele está quase pronto. Teremos uma surpresa logo mais…
Você diz que, de 50 anos para cima, não tem muito direito de ficar errando, não. Que já está dobrando o Cabo da Boa Esperança. Você disse: “Estamos indo, já”. Como assim “estamos indo, já”?
Uai, estamos indo mais pra cima do que pra baixo (risos). Espero que demore!
Em uma das histórias narradas no livro, você conta de uma peripécia feita depois do primeiro show da dupla no Canecão. Vocês foram pro hotel e, quando passou em frente ao elevador, a porta abriu e dali saiu um garçom com uma bandeja cheia de comida procurando por Leandro. Você disse que era Leandro e acabou comendo a comida que seu irmão tinha pedido. Mais tarde, Leandro descobriu e foi até o seu quarto tirar satisfações. Você diz que deixou ele te xingar um pouquinho e depois fechou a porta. Sente falta dessas brincadeiras?
Nossa Senhora! Se sinto! Até hoje, quando entro no palco, olho pro lado procurando Leandro! No hotel, dá um vazio danado!! Vivi a maior parte da minha vida com ele!!!
Que boa história ficou de fora no livro?
Muitas! Acho que deveria ter o segundo livro, porque vou contando e vou lembrando de mais histórias.
Qual é a melhor lembrança que você tem do Leandro?
A amizade, nossas conversas… Tudo!
Sua biografia pode virar filme? Existe essa vontade? Há uma negociação?
Sim. Vamos ver para 2014 o que acontece. Estamos em fase de negociação.
Quem você gostaria que representasse o Leandro e o Leonardo no cinema?
Já fiz o convite para o Bruno Gagliasso, que aceitou viver o Leonardo. Para o Leandro, nós estamos estudando.
Você teve dois episódios marcantes no livro: a morte do seu irmão e o acidente do seu filho. O que esses acontecimentos mudaram na sua vida?
Tudo! Agora só penso em ser e fazer as pessoas felizes.
Você é católico? Em uma passagem do livro, você diz que sabe que o Leandro está bem… Como ficou a sua fé depois da morte de Leandro e do acidente do Pedro? 
Sou católico e tenho uma fé enorme que não sei explicar em palavras. Mas sei que ser bom e honesto é o que leva um ser até a luz de Deus.
Recentemente, saiu uma notícia de que você se recusou a ir ao programa de Raul Gil. Por que vocês não se falam?
Isso nunca aconteceu! Tenho um respeito enorme por ‘seu’ Raul e sou sempre agradecido por tudo que ele fez pelo Leandro e Leonardo, pelo Leonardo e as orações que fez pelo Pedro. Nunca em toda minha carreira eu faltei um compromisso!

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